quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Poema de Jorge Luis Borges


Do original, de Obras completas I - Jorge Luis Borges RBA - Instituto Cervantes: El Golém pg. 885):


El Golem
Si (como el griego afirma en el Cratilo)
El nombre es arquetipo de la cosa,
En las letras de rosa está la rosa
Y todo el Nilo en la palabra Nilo.

Y, hecho de consonantes y vocales,
Habrá un terrible Nombre, que la esencia
Cifre de Dios y que la Omnipotencia
Guarde en letras y sílabas cabales.

Adán y las estrellas lo supieron
En el Jardín. La herrumbre del pecado
(Dicen los cabalistas) lo ha borrado
Y las generaciones lo perdieron.

Los artificios y el candor del hombre
No tienen fin. Sabemos que hubo un día
En que el pueblo de Dios buscaba el Nombre
En las vigilias de la judería.

No a la manera de otras que una vaga
Sombra insinúan en la vaga historia,
Aún está verde y viva la memoria
De Judá León, que era rabino en Praga.

Sediento de saber lo que Dios sabe,
Judá León se dio a permutaciones
de letras y a complejas variaciones
Y al fin pronunció el Nombre que es la Clave.

La Puerta, el Eco, el Huésped y el Palacio,
Sobre un muñeco que con torpes manos
labró, para enseñarle los arcanos
De las Letras, del Tiempo y del Espacio.

El simulacro alzó los soñolientos
Párpados y vio formas y colores
Que no entendió, perdidos en rumores
Y ensayó temerosos movimientos.

Gradualmente se vio (como nosotros)
Aprisionado en esta red sonora
de Antes, Después, Ayer, Mientras, Ahora,
Derecha, Izquierda, Yo, Tú, Aquellos, Otros.

(El cabalista que ofició de numen
A la vasta criatura apodó Golem;
Estas verdades las refiere Scholem
En un docto lugar de su volumen.)

El rabí le explicaba el universo
"Esto es mi pie; esto el tuyo; esto la soga."
Y logró, al cabo de años, que el perverso
Barriera bien o mal la sinagoga.

Tal vez hubo un error en la grafía
O en la articulación del Sacro Nombre;
A pesar de tan alta hechicería,
No aprendió a hablar el aprendiz de hombre,

Sus ojos, menos de hombre que de perro
Y harto menos de perro que de cosa,
Seguían al rabí por la dudosa
penumbra de las piezas del encierro.

Algo anormal y tosco hubo en el Golem,
Ya que a su paso el gato del rabino
Se escondía. (Ese gato no está en Scholem
Pero, a través del tiempo, lo adivino.)

Elevando a su Dios manos filiales,
Las devociones de su Dios copiaba
O, estúpido y sonriente, se ahuecaba
En cóncavas zalemas orientales.

El rabí lo miraba con ternura
Y con algún horror. ¿Cómo (se dijo)
Pude engendrar este penoso hijo
Y la inacción dejé, que es la cordura?

¿Por qué di en agregar a la infinita
Serie un símbolo más? ¿Por qué a la vana
Madeja que en lo eterno se devana,
Di otra causa, otro efecto y otra cuita?

En la hora de angustia y de luz vaga,
En su Golem los ojos detenía.
¿Quién nos dirá las cosas que sentía
Dios, al mirar a su rabino en Praga?


quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

O Golem


No século XVI em Praga, um rabino observa os astros e recebe uma mensagem de ameaça aos judeus. Para proteger seu povo modela uma criatura de argila chamada "o golem". O gigante que ganha vida através de obscuros procedimentos de feitiçaria, apaixona-se pela jobem filha de seu criador. inicia-se assim uma série de confusões e o rabino perde o controle sobre a criatura.O cenário e a fotografia do filme aliados cenas de multidões de judeus ora desesperados ora em júbilo fazem do filme um ícone do expressionismo alemão.


Der Golem
Paramount Films, 1920
Direção: Carl Boese e paul Wegener
Roteiro: Hennk Goleen, Paul Wegener
Atores: Paul Wegener (o golem), Albert Steinnũk, Emst Deutsch e grande elenco


A projeção do filme é sonorizada, ao vivo, por Jorge Peña (percussão) e Eduardo Contrera (teclados) 
Antes do filme, leitura do poema O Golem de Jorge Luis Borges por Miguel Paladino. 
O filme tem legendas em inglês e é traduzido simultaneamente por Fabio Malavoglia.


sábado, 24 de novembro de 2012

Roberto Polcan/ Eurico Rocha



ROBERTO POLCAN
'Criação' - Acrílico s/madeira ,2012



Dos muitos mitos que os humanos cultuamos ou padecemos o da Criação é tal vez o mais difundido em ocidente e também o mais polêmico. Falo aqui daqueles sete dias e o repouso conseqüente durante os quais das trevas fez-se a luz. Aplicado à arte, o termo muda de significado ou adquire um sentido mediado pela obra (a criatura) ou pela vida do artista que passa assim a ser o criador.

A pintura de Polcan aqui apresentada não apenas leva o título de “criação” como pretende mostrar alguns aspectos da paisagem alterada pela labor daquele outro criador ao longo de alguns daqueles sete dias. O que vemos parece ser essa paisagem turbulenta que, na perspectiva da mínima galeria, se agiganta e revela a luz, não aquela com L maiúsculo e sim a que vem do fundo da galeria, do jardim.
O prazer em pintar e o desborde dos materiais que vemos nesta tela lembram algumas pinturas conhecidas de Iberê Camargo, de Anselm Kieffer ou aqueles bárbaros de Berlim que tiveram seus quinze minutos de fama.
Aqui temos muito mais uma contenção meditativa: o esboço abreviado (e portátil) de um fenômeno mítico do que a expansão eufórica daqueles desenfreados, para nada portáteis.
O tema pode ser, portanto, inversamente proporcional ao tamanho assim como a dor a quem cria.



EURICO ROCHA

'bicho verde' - 40 x 40 cm acrílica s/tela, 2012




eurico rocha é provavelmente o mais portátil dos artistas que ocupam a galeria nesta exposição com a qual la mínima celebra a conspiração "shandy" que os dadaistas perpetraram na europa nos anos 20. eurico tem o dom de diseminar buena onda e servir tapioca por onde passa. na noite de abertura foi o responsável pelo shandy, mistura de cerveja e limonada com a qual emulamos os nossos pares da frança. "bicho verde" (obra que exibe na exposição) é um desborde de pinceladas rítmicas que pode ser tambem o convite a um mergulho no seu curioso mundo habitado por ciganos, freiras e odaliscas e onde cabe todo aquele que contesta, reclama, resiste, divide, humano ser o un hombre nuevo. pinta vagas nuvens nas horas vagas que nos remetem aos céus de brasilia onde tantas "cabeças" brilharam ao seu redor nos anos oitenta. carrega suas obras e os materiais de pintura de bicicleta, numa valise de couro muito duchampiana..




segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Fernando penteado/ juan Ojea/ Alfi Vivern



FERNANDO PENTEADO
'escrituras' / gaze, tinta, puffing, colagem, cortiça e PVC, 2012


escrituras (obra com a qual fernando penteado participa da coleção de shandys 40 x 40 cm, costura memórias e materiais que (mesmo tendo origens antagônicas a maioria das vezes) se harmonizam e convivem como se tivessem nascido (e crescido) juntos: eis a arte do ferpen que ocupa o mural da nossa página nestes dias que antecedem ao fim do mundo prognosticado pelos maias (teatral e midiaticamente ridículo).Ferpen carrega para o atelier restos do desperdício jogado na rua, antigos objetos que guardam em manchas e rasuras sua própria história, portáteis por essência e amáveis por excelência. Esta é a matéria prima de uma poesia têxtil (por chamá-la de algum modo) com a qual ocupou um grande salão na bienal e ocupa atualmente a sala envidraçada da mendes wood onde acaba de aportar. A obra, afixada com quatro tachas de sapateiro que Fernando trouxe para esse fim.




JUAN OJEA
“laranja partida” Wraping ,tecelagem. algodão e papel fotográfico




laranja partida (além do título desta obra) é uma das tantas "receitas" de tecelagem tradicional. suponho que se refira a uma sequencia de pontos a serem tecidos para obter um determinado desenho. neste caso el inquieto ojea nos brinda con... un juego de palabras donde el color (a cor) suplanta la fruta (naranja) y nos parte el alma (partida) pensando como con estes elementos essencialmente frios pode conseguir essa calidez, a ternura que brota dos fios e o equilibrio inestable que os rolinhos lançam sobre um fundo brilhante tramado de uma fotografia. belissimo trabalho que esta exposto em la minima galeria medindo 40 x 40 cm: portátil e shandy como poucos ja que vem acompanhado de uma embalagem primorosa para poder viajar com esta laranja aonde quiser inclusive circulando como bagagem nas esteiras dos melhores aeroportos do mundo. Agora bem, se alguém perguntar o que veio primeiro: o fundo tramado (como espelho fragmentado) ou a frente de sinuosos roulettes refletidos naquele fundo eu não sei responder. Pergunte ao Juan (está bastante em facebook) que nos informa que laranja partida pode ser comprada por 1.600 reais e a caixa onde viaja por 900.


ALFI VIVERN
'coração de pedra' - escultura – basalto e bronze - corte manual com punteira e pichote – fundição artesanal em areia



alfi vivern revela-nos "uma pequena ideia e um grande mistério". sua escultura é primordial, epifânica, descobre aos nossos olhos o coração de bronze de um ovo de basalto e assim ficamos atônitos, minimizados ante a constatação de que as pe...dras também amam, se metamorfoseam, também, em pães portáteis carregados por uma alça de couro, caixas em cujo interior um filão foi cortado em finas fatias: pequenos misterios e grandes ideias. em suas veias corre o sangue catalão de miró, o portenho de girondo, o curitibano de leminski. menires, labirintos, ferro e fogo com os quais este poeta e escultor deixa sempre pedra sobre pedra: a palavra como começo e fim de sua obra.









quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Jaime Prades

Jaime Prades

As ruínas urbanas são testemunhas da voracidade humana. Migalhas do apetite insaciável de um sistema devorador." Jaime Prades 





Há trinta anos, jaimito (como chamávamos ele nesse então) deixava sua marca em murais enormes nas paredes da cidade com a cumplicidade de Zé Carratu e Carlos Delfino, os tupinãodá. Esta tradição da modernidade reitera o suporte (ou um dos suportes) no qual trabalha hoje: as paredes (ou os restos delas). A diferença é que agora trata-se de paredes portáteis cujos retalhos ou entulhos podemos expor, carregar, levar para diferentes lugares: paredes que agora começam a cantar, latir, vibrar; a brilhar no escuro como diamantes e a gravar na nossa memória (como sempre) uma sensação que somente o prazer de viver pode dar.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

BETO MAINIERI
'sem título' - saída fotográfica adesivada em ps 2mm




isto que aqui vemos, detalhado na página de abertura, não é o céu nem as nuvens que beto mainieri viu no seu voo de paris a sao paulo pela janela do avião. o que aqui vemos é a memória que mainieri guarda daquelas paisagens, ordenadas pelo olhar distanciado daquela emoção, uma junção de fragmentos que nunca formam um todo e conservam, por isso mesmo, a fragilidade de cada um desses momentos representada pelo mutus liber das nuvens: trechos de oceanos, a ilha de cabo verde, variados cumulus e nimbus por doquier... Elaborar um caderno de nuvens pode ser tarefa inesgotável, prazerosa e bastante inútil: ou seja, praticamente uma obra de arte. aqui temos um exemplo disso em 40 x 40 cm. pode ser visto em la minima, galeria faltaria acrescentar que uma obra executada a essa altura e nessa velocidade é essencialmente portátil e que por isso consta do catálogo de artistas shandys.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

40 x 40 centímetros (diálogo de imagens)

 Mais de 40 obras e/ou artistas portáteis reunidos numa inusitada celebração.


La mínima, galeria fecha a temporada de exposições 2012 com uma coletiva cujo tema é o formato: 40 x 40 centímetros (diálogo de imagens). A característica portátil das obras oferece um marco propício para, acumuladas, apresentar uma densidade artística pouco comum e um diálogo cujo tema é o improviso (advindo precisamente dessa proximidade). Em outras palavras (quiçá mais claras): o pequeno formato permite apresentar uma grande quantidade de artistas em uníssono e essa proximidade provoca um diálogo cujo resultado depende do acaso, algo assim como uma interação inesperada com quem menos você imagina encontrar num local totalmente fortuito ou improvável. A arte, neste caso, atenua essa disparatada forma de diálogo e a converte numa exposição temática. Os artistas (e amigos) convidados seguem em rigorosa ordem alfabética (já que alguma ordem deve ser anteposta ao caos que desta iniciativa deverá surgir)



A modo de explicação


O museu portátil como uma coleção de imagens virtuais dentro de um HD ou milhares deles armazenados numa nuvem e acessíveis através de um dígito apertando uma única tecla: eis o cumulo do portátil, eis o mais denso dos panoramas.
Esta recente e banal forma de colecionar dados e imagens não existia quando duchamp, picabia e seus amigos dadás, criaram a sociedade secreta dos artistas portáteis descrita com todas suas peripécias e aventuras mirabolantes por enrique vila-matas na história abreviada da literatura portátil (1985). A história  narra as andanças de um grupo de intelectuais, pintores e escritores que, em 1924, decidem fundar uma sociedade secreta. Conhecidos como portáteis ou shandys – uma homenagem a Tristram Shandy, personagem de Laurence Sterne e a um refresco a base de cerveja – o grupo, seletíssimo e obscuro, tem entre seus ideais o amor à escrita como diversão, o espírito inovador e a autoria de obras que pudessem caber facilmente em uma maleta ou “valise” como duchamp bem disse. (ou debaixo do braço de uma criança, como digo bem eu com a trena marcando 40 centímetros).
O vila-matas (op.cit) lembra algumas passagens memoráveis desses dadaístas que aqui transcrevo:
o que foi reduzido se acha, de certa forma, livre de significado. Sua pequenez é, ao mesmo tempo, um todo e um fragmento. O amor ao pequeno é uma emoção infantil” duchamp.


só as sensações mínimas e de coisas pequeníssimas são as que vivo intensamente. Talvez isso acontece por causa do meu amor ao fútil... é por que o mínimo por não ter em absoluto nenhuma importância social ou prática tem, por causa dessa mera ausência, uma independência absoluta de associações turvas (ou difusas) com a realidade. O mínimo me soa sempre irreal, até os livros inspirados preferíamos curtos”. George Antheil


Ao que Paladino, o curador, acrescenta: até as grandes obras preferimos pequenas, ou mínimas, como a nossa galeria.


Celebramos assim aquela sociedade dos anos 20, não menos secreta do que efêmera que vila-matas descreve com suma propriedade e sugerimos o tamanho (mínimo) como estratégia estética contraposta ao gigantismo da cidade que ruge da pequena porta da galeria para fora. Aqui dentro imperam: o silêncio de Cage, o vazio do mundo e a cor inexistente.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

A ventura do risco (lays Brandini)

desenhos funâmbulos e barro modelado: um abismo cheio de estórias 




 Os materiais são essenciais: barro e grafite sobre papel. Assim como eles, os desenhos não fazem nenhum alarde, parecem estar ai para mostrar um ritmo, uma música antes que uma figura, uma cadencia que traça, ritmada e constante, com ventura sempre, o amplo risco, as sinuosas elipses que andam no meio fio, na corda bamba: funâmbulas


 O resultado da modelagem em argila parece estar ai, tambem, com o propósito de instigar antes que representar. As esculturas irradiam um ar de mistério e contaminam o estreito ambiente da galeria com estórias que, contadas em silêncio, reverberam acima do barulho da cidade que passa ao lado. Fomos transportados aos anos setenta e vemos um desenho do futuro, lembramos da famosa Semana e do radical africano, dos muitos sabores da América, estamos perdidos nesta minúscula imensidão que abre, como um abismo aos nossos pés, a arte de Lays. Bem vindos a este mínimo paraíso.




Convite

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Convite


Layus, Roberval (Junho de 2012)

O currículo tem que ser curto
Mesmo que a vida seja longa
Wislawa Szymborska

Conheci o Layus, Roberval, na década de oitenta, chegando numa festa com uma garrafa de vinho no bolso do casaco. Naquela época tudo era fervoroso, um pouco alucinante e pleno de esperanças. Acreditávamos tanto na revolução, o amor se dizia livre, éramos felizes e o sabíamos. Nesse redemoinho de sexo drogas e rock n´roll destacava-se algo estático, persistente, de uma solidez inusitada: eram as portas e as esculturas que o Rô (assim o chamamos desde sempre) entalhava no seu atelier. Nem tudo que era sólido desmanchava no ar. A arte consistia, aparentemente, em retirar partes daqueles blocos, tanto de madeira como de gesso, e imprimi-los de uma forma harmônica, avivá-los daquela matéria bruta e conceder-lhes um anima que resultava, precisamente, da ausência daquelas partes que ele retirara

O que aqui vemos exposto é resultado de mais de trinta anos deste ofício de escultor; o entalhe da madeira em pequenos modelos (que aqui não aparecem) dos quais resultam os múltiplos, fundidos à cera perdida ou maciços, a pátina como um recurso pictórico acrescido ao polimento, combatendo-o, e sobre tudo a persistência da abstração concreta, da figura humana sugerida, alimentada por esse vazio onde parece encontrar sua alma.

Agrega-se a este conjunto, como uma conseqüência que parece inevitável, uma série de dezenove pinturas. Vistas aéreas de plantações imaginárias ou construções utópicas que contem os retalhos da cera, do bronze e do alumínio, as lascas do cedro e da caxeta que o despreocupado pincel imita e traça meticuloso, uma geometria orgânica onde reina o evidente prazer da pintura, o equilíbrio expressivo, a cor e a forma em estados quase puros: matéria da qual nascem estas construções pictóricas. Numerá-las como identificação supõe uma seqüência que pode ser infinita e as coloca num nível de desbordante criação artística semelhante àquela na qual acreditávamos na noite da garrafa de vinho no bolso do casaco.

A instalação que  Bruno Layus imaginou para o estreito corredor de La mínima coloca frente a frente estas obras e submete o visitante a uma visão estereofônica onde o rigor das pátinas reverbera em brilhos e lampejos coloridos que as esculturas emprestam dos guaches. Tudo parece, assim, fazer sentido, realizar a utopia sonhada pelo layus, Roberval, diariamente executada: sem fatigar o espírito, a goiva substitui o pincel, o formão ocupa o lugar do grafite, o bloco de cedro é uma página em branco que deve ser riscada, um mapa imaginário cujos múltiplos caminhos levam sempre ao centro do nosso coração, absorto e emocionado.